quarta-feira, 27 de julho de 2011

Thelmo e Augusto

Falando de coisas bem mais agradáveis, hoje vou ao ar com dois atores queridos e talentosos: Thelmo Fernandes e Augusto Madeira.
Fico duplamente feliz, primeiro pq são atores que acompanho a carreira e dá muito gosto ver eles sendo finalmente reconhecidos, mesmo sem serem os "galãs", sem estar em novela, sendo reconhecidos por seus trabalhos em teatro e cinema.
E mais feliz ainda pq eles estavam ali, comigom, no CINEMA EM SINTONIA, rindo, curtindo o momento, compartilhando conosco a alegria.

Ouçam, vcs vão gostar.

CINEMA EM SINTONIA, aqui vc conhece quem faz cinema. Todas as quartas, às 20h, na Roquette Pinto, 94,1FM.

CENSURA, NUNCA MAIS



Estou engajada nessa que já foi chamada de falsa polêmica. Para quem chegou agora e não está sabendo, estou falando da censura que foi feita a um filme sérvio no Rio de Janeiro. Estou falando da Justiça ter apreendido um filme e proibir sua exibição sob pena de alta multa.

O filme em questão, que não quero expor mais o nome pq não vem mais ao caso, é um filme polêmico, do tipo, segundo quem viu, no melhor dos termos, "forte", "repugnante", "asqueroso". Ainda segundo críticas que li, é um filme "de violência gratuita, feito para chocar", que já foi proibido em outros países tb.

Vou contar pra vcs que antes de começar a divulgar a minha opinião publicamente na rede social, e mais ainda aqui, perguntei muito a mim mesma se queria me expor defendendo um filme que com certeza eu não verei, um filme que não vi e não gostei.

Pois na verdade, isso tem sido um grande exercício para mim. Defender algo que não me agrada.

Mas por que estou defendendo a exibição de um filme que não quero ver?
O que me serve como guia, um “norte” nesta "defesa", é um pensamento muito simples: acho de extrema periculosidade a proibição de uma obra, sob o argumento que for.

Só abriria exceção se houvesse um dolo, uma violência real e covarde sobre alguém (de qualquer idade) ou sobre algum animal durante as filmagens, como já aconteceu com algumas obras inclusive de artes plásticas, porque acho que vai de encontro com outras questões que não morais. Bom, até onde sei, não é o caso do filme.

Proibir uma obra sob argumentação de que incita uma reação x ou y não é argumento válido para mim. Porque isso pode ser interpretado de formas questionáveis, uma vez que os valores que são dados às artes sempre serão subjetivos.

Dentre os vários posts e "contraposts" que li desde que começou essa discussão, já vi muitas citações aos filmes de Pasolini, verdadeiros pesos pesados na moral e nos bons costumes, considerados obras-primas. Eu tb acho que são. Mas a minha mãe, pode achá-los ofensivos e degradantes. Assim como uma juíza. E aí? A minha mãe e a juíza podem proibir a obra? Quem pode dizer se essas obras podem ser veiculados publicamente ou não? Percebem o que quero dizer?

Fico particularmente ofendida quando alguém chama de falso o que está sendo discutido neste momento. Mais ainda alegando uma certa "exceção à regra", afirmando que "neste caso", a censura se aplica. Alôôô, alto lá!!! Como bem disse uma amiga no FaceBook, "ou há ou não há censura".

Falsidade é a característica do que não é verdadeiro, e o que está acontecendo é um debate bem real e concreto acerca do poder jurídico, religioso ou governamental de impedir a exibição/exposição de uma obra, que no caso é um filme, mas poderia ser uma peça de teatro, um livro ou uma música ou seja lá o que for. E essa discussão me parece bem verdadeira e digna.

Outro amigo já propôs que depois do "Tortura,nunca mais", criemos o "Censura, nunca mais". Tô dentro.

Saiba mais as diversas opiniões que rolam por aí:
http://www.facebook.com/?ref=home#!/notes/paulo-j%C3%BAnior/carta-da-petrini-filmes-assinada-por-raffaele-petrini-sobre-o-caso-a-serbian-fil/1669294112687

http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2011/07/26/suspenso-pela-justica-do-rio-filme-com-cenas-de-violencia-explicita-vira-hit-na-web-gera-debate-sobre-censura-924981409.asp

http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N12699

http://www.facebook.com/?ref=home#!/groups/169498549739613?view=doc&id=237341812955286

http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/o-verdadeiro-horror-e-a-volta-da-censura/?ga=dtf

e também:
http://g1.globo.com/platb/maquinadeescrever/2011/07/26/um-filme-degradante-e-uma-falsa-polemica/


Qual é a sua opinião?

domingo, 24 de julho de 2011

Ontem na praça



Tenho muita preguiça des escrever sobre política. Bom, tenho muita preguiça de escrever na boa parte das vezes, vcs já devem ter percebido isso, mas quando a questão é política, uau, aí eu morro de preguiça. Coisa de má formação, falta de crença, de esperança, uma conformação hereditária desde o "descobrimento", essas coisas.
Mas hoje vim falar sobre um ato político cometido por alguns, nos quais com orgulho me incluo, sobre a censura a um filme sérvio que seria exibido no festival de filmes fantásticos (de sobrenatural, de surreal, de irreal, de fictício). Sim, um filme de nicho.

Os poucos que fomos, estavam lá para reclamar a proibição de um filme que mais poucos ainda veriam. Hã, como assim? É que a maioria dos que estavam lá não queriam ver o filme! Mas aí vc diz, mas então para que estavam lá, que filme é esse e qual a sua importância para ter manifestações pró? E aí pessoas, por favor, notem bem: não estávamos lá para defender o filme em si, mas defender a liberdade dele ser exibido.

Liberdade é uma palavra perigosa. Antes de mais nada, é linda. Por exemplo, experimente falar liberdade como quando vc estava aprendendo a separar sílabas: li-ber-da-de. Percebeu que seu rosto vai se abrindo pela força da sua pronúncia? vc meio que sorri ao pronunciá-la, não é bonito isso?

Perigosa porque às vezes não sabemos o que fazer com ela. Sabe aquele momento que vc não tem nada pra fazer, tipo no trabalho, em casa, sem filhos, sem marido, sem o que quer que seja e...não sabe o que fazer com o tempo livre? Nessas ocasiões vc pode desperdiçar seu tempo fazendo nada ou fazendo alguma merda. O que muitas vezes pode ser a mesma coisa, isso acontece muito.

E perigosa porque, por ser uma palavra com amplo significado, pode ser mal interpretada. Parece que foi isso que aconteceu com a justiça carioca quando proibiu o "A Serbian Film".

Segundo quem viu, que não é o meu caso, o filme é, no melhor dos termos, repugnante. Feito com a intenção proposital de chocar, o filme sérvio parece se utilizar de formas bizarras de se fazer sexo para cometer uma provocação ímpar aos que se dispõem a assistí-lo. Aí a Justiça carioca homologou que esse filme (que eles tb não viram, mas achando que quem o visse faria uma grande merda) deveria ser proibido e aí foram lá e prenderam a cópia em nome da família e dos bons costumes.

Bom, eu, este ser bobo que mal consegue ver as cenas de suspense comercial de "O sexto sentido"((!!!)), que vergonhosamente não consegue assistir até ao fim "Laranja mecânica", que desmaiou assistindo a "Cães de aluguel", "ma nem pensar" em ver um troço desses, deve ser horroroso.

Mas é um decisão minha, uma escolha minha. E aí vai todo o cerne da questão: a minha, a sua, a deles, a nossa liberdade de escolha.

Vamos imaginar ao contrário, alguém me obrigando a ver o filme. Repugnante a ideia? Pois da mesma forma repugno o contrário, a proibição, a censura à sua exibição.

Porque hoje é essa obra aqui, amanhã é a outra ali e depois de amanhã as muitas aqui ali e acolá. Pode parar! Parar já!

É o que eu e mais alguns idealistas, faço questão de nos chamar assim, fomos fazer ontem em frente ao Odeon, sábado às 22h, numa noite chuvosa. Foi isso que decidimos fazer com nosso tempo livre: fomos gritar contra a censura de um filme que não queríamos ver, porque acreditamos que ninguém deve proibir as nossas opções.
Minha família já me orientou sobre o bom costume da liberdade, sobre as decisões do que quero ver, ler, ouvir, assistir.

Não importa quantos fomos/somos, mas nos importa muito ter ido lá. Foi um ato político.
Um digno ato político!

Eu tenho uma frase que se pergunta: "para aonde minha liberdade me leva?".
Ontem me levou ao Odeon.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Gays

Ando naquela fase "Fale ao motorista somente o indispensável". É que chegou o segundo semestre e junto com ele, todos os festivais de cinema que eu tenho o prazer de trabalhar.
Todos sabem que eu adoro, mas que eu tenho muito que rebolar para dar conta, ahh, isso lá eu tenho.

Mas como eu estou falando em festivais e rebolado, aproveito para falar do novo festival que está na cidade. De antemão, peço desculpas pelo atraso na informação, mas eu comecei esse texto assim foi justamente para justificar essas falhas do meu sistema.

O Rio Festival Gay de Cinema é o festival internacional de filmes LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros - cadê o "s" suspeitos??? - brincadeirinha).

O festival começou no dia 1º a 10 de julho no Odeon Petrobras e no Centro Cultural Justiça Federal.

(Um parênteses: não é interessante um festival gay acontecer no CCJF? Viva!!!)


Foram selecionados 6 longas e 35 curtas metragens, brasileiros e estrangeiros, de ficção, documentário e experimental.

Cinco longas estreiam no festival. Destaque para o longa norte-americano Strapped (2010), de Joseph Graham, que mostra um garoto de programa de corpo atraente e personalidade forte, perdido num prédio que mais parece um labirinto. E a estreia de Is It Just Me? (2010), de JC Calciano, que fala sobre os acidentes de um relacionamento online.

Os melhores filmes serão escolhidos pelo público e Júri Especializado, e ganharão o Troféu do Rio Festival Gay de Cinema 2011.

"O Rio Festival Gay de Cinema é dedicado a todos os simpatizantes e apaixonados pelo cinema mundial, e tem o intuito de agregar, esclarecer e informar a população sobre questões referentes à diversidade sexual. O Rio sempre foi palco de movimentos culturais vanguardistas, além de ser um lugar multicultural, o que fortalece nossa afirmação de que esse evento é a cara da cidade.", afirmam os diretores do Festival, Alexander Mello e Leandro Morais.

Bom, vivemos um momento extremamente importante para velhas discussões sobre a liberdade de ser. Creio que este festival é mais um sinalizador de que não existe mais espaço para o preconceito sobre opções sexuais de cada um. Afinal, "mi libertad preserva la tuya".

Fiquem bem.
beijos e plumas.

Mulheres

O Festival Internacional de Cinema Feminino, FEMINA, realiza nos dias 14, 15 e 16 de Julho a Oficina de Capacitação para sensibilização das pautas de gênero e empoderamento da mulher para profissionais e estudantes de audiovisual.

A oficina acontecerá durante a realização da oitava edição do Femina 2011 – Festival Internacional de Cinema Feminino, na CAIXA Cultural RJ, no Centro do Rio de Janeiro.

A participação é gratuita e as inscrições podem ser realizadas através do site: www.feminafest.com.br